22 de mar. de 2013

Discurso contundente dos Racionais MC’s ecoa forte no Planeta Atlântida 2013

Público aprova rap antitudo do grupo paulistano cantando, sentindo e acreditando em cada palavra proferida por Mano Brown e sua gangue:
 No palco, os DJs KL Jay e Ajamu esmerilharam nas pick-ups até encaixar o groove sintético de “More Bounce to the Ounce”, clássico da banda americana Zapp. A levada fez o MC Mano Brown começar a dançar na lateral (longe dos olhos do público), como se estivesse se aquecendo para o show a seguir. A música deu lugar a barulhos de rua, até que um tiro soou: era o sinal para que os Racionais MC’s invadissem o palco principal do Planeta Atlântida 2013.

Charlie Brown Jr, Claudia Leitte, Naldo e Planet Hemp – os shows restantes da primeira noite e festival – vão ter que rebolar para superar o grupo paulistano. Brown, Ice Blue e Edy Rock, mais os convidados Helião, Lino Krizz, Big e Boy, entraram dispostos a tirar o atraso – a primeira e única apresentação deles no festival fora em 2004. De lá para cá, embora tenham lançado apenas mais um disco, sua fama e influência só cresceram.
  Garotos que usavam fraldas quando o disco Sobrevivendo no Inferno estabeleceu um novo parâmetro ao rap nacional sabiam as letras na ponta da língua, muitas vezes alheios ao seu significado, mas sempre impactados pelo ritmo. E dá-lhe esculacho na preconceito, na burguesia, no sistema: “Eu Sou 157”, “Mil Faces de um Homem Leal”, “Expresso da Meia-Noite”, “Jesus Chorou”…


Em “Vida Loka”, Chorão (do Charlie Brown Jr.) apareceu para não sair mais, ficando até o estouro de champanha final. Indiferente à catarse que acontecia a poucos metros de onde estava, Serguei (aquele mesmo que você está pensando) dava mole no backstage. Perguntado se gostava dos manos, o veterano lascou: “Respeito eles, mas não saio de casa para ver gente reclamando da vida”. Perdeu, playboy.

Nenhum comentário:

Postar um comentário